24 de fev. de 2012

O DIA A DIA DE PAULO THIAGO

O site “Correio Brasiliense” inaugurou uma sessão que vai trazer o dia a dia dos atletas em situações cotidianas. Aquelas que (quase) nunca estão nas páginas dos jornais ou nas telas da televisão. Passam ao largo dos holofotes esportivos, mas fazem parte da vida de cada um. E a estreia é com o lutador atleta Bad Boy Paulo Thiago, fera do UFC, famoso por ser também integrante do Bope.
“Vamos mostrar como é a vida de um atleta no ritimo de qualquer mortal”
Colamos um dia inteiro no brasiliense Bad Boy Paulo Thiago, lutador do UFC e integrante do Bope para mostrar como levam a vida no dia a dia.

Quem é ele
Nome: Paulo Thiago
Idade: 31 anos
Nascimento: 25/1/1981
Local: Brasília
Altura: 1,71kg
Peso: 77kg
Cartel: 14 vitórias e três derrotas no MMA.





Na capital, um dia como outro qualquer, já que Paulo só volta ao octógono em abril, na Suíça, para disputar o UFC on Fuel. Nosso atleta foi ao psicólogo, treinou e suou muito, teve de levar o carro para a revisão e encerrou sua jornada na igreja, porque os lutadores, claro, também exercem a fé.
Mente sã
9h às 10h – Porto Vitória, Setor de Clubes Esportivos Sul
O dia de Paulo Thiago começa no consultório dos psicólogos Paloma Vaz e Luis Orione. Em uma sala do segundo andar do prédio, nada de socos, luvas ou suor. No momento, o grande adversário do soldado do Bope é a própria mente. Os dois especialistas trabalham com o lutador simultaneamente e o atendem duas vezes por semana. As visitas se intensificam quando o combate se aproxima e, nesse período, a dupla conversa com Paulo Thiago quase todos os dias.
O trabalho com Paloma Vaz e Luis Orione começou em junho do ano passado. O candango vinha de duas derrotas no UFC e estava escalado para lutar no card que marcaria a volta do evento ao Brasil. “Estudo psicanálise e sempre quis que ele frequentasse um psicólogo. Mas ele é teimoso, cabeça dura e mãe nunca tem razão”, comenta Leina Márcia de Alencar, mãe do lutador. Ela lembra que, desde pequeno, Paulo Thiago nunca gostou de perder e ficava bastante bravo quando isso acontecia. “Eu falava: Paulo, alguém tem de perder. Competição é assim, acontece. Mas ele respondia que “isso era conversa de perdedor”, conta. “Não sei quem o convenceu a ir ao psicólogo, mas fiquei feliz. Fez bem a ele”, diz.
Paulo decidiu se consultar por influência de um amigo. Com o tempo, gostou do resultado. Sentiu-se mais concentrado, motivado e com maior controle emocional. “Fazemos ensaios mentais. Visualizamos as lutas, a entranda no octógono e fortalecemos a concentração dele. Tentamos simular situações que ele viverá na hora do combate”, explica Paloma Vaz. A especialista já havia trabalhado com lutadores de judô, mas nunca do UFC. “O Paulo tem aquele mito de guerreiro, de herói, até por ser do Bope. Como é policial, já tem esse espírito de frieza, de luta. Ele é bem concentrado”, diz a psicóloga, que usa a chave do carro em um chaveiro do UFC.
No consultório, o computador é um aliado durante as consultas. Por meio de programas de monitoramento cardíaco, de fluxo sanguíneo e de jogos, os especialistas também realizam um trabalho de biofeedback com o lutador. “Tentamos fazê-lo entrar em uma zona mental que consideramos ótima, que reflete um estado de concentração e relaxamento ao mesmo tempo. É uma espécie de treino mental”, diz Luis Orione. No UFC Rio, os psicólogos viajaram para a capital fluminense com Paulo Thiago e acompanharam desde a sofrida perda de peso até a ansiedade pré-luta.
Hora de encarar a dor
Das 10h30 às 12h – Constrictor Fight Center, Brasil 21, Setor Hoteleiro Sul
Entre o intervalo da consulta com os psicólogos e o primeiro treino do dia, Paulo Thiago teve de levar o carro para consertar na concessionária e, por isso, chegou um pouco atrasado na aula de MMA com o mestre Ataíde, na academia Constrictor Fight Center. No local, dominado pela presença masculina, a única mulher era a mãe do soldado do Bope, que de vez em quando tentava ajeitar os chinelos dos lutadores, espalhados pela área de treinamento.
Para vestir a roupa, colocar ataduras, luvas, protetor bucal e de pernas, Paulo Thiago leva de 15 a 20 minutos. Devidamente paramentado, o lutador começa o treino com cerca de 15 companheiros fazendo simulações de submissão no chão. A cada momento, um atleta fica por cima e tenta passar a guarda (montar no companheiro). O objetivo de quem está por baixo é raspar, ou seja, inverter a posição.
Depois, é a hora de ficar em pé e golpear com os braços e as pernas. As duplas se revezam e Paulo Thiago luta com quase todos, independentemente da experiência e do tamanho. A respiração ofegante, o cansaço e as expressões de dor são visíveis. Terminado o treinamento, que durou uma hora e meia, o candango do UFC toma um misto de suplementos e guarda a roupa suada em um saco plástico. “Tem uma mulher em casa que lava minhas roupas de treino. Ela chega lá, tapa o nariz e joga tudo dentro da máquina”, brinca Paulo Thiago.
Suor na hora de dormir15h às 16h – Academia Fit Club, Asbac, Setor de Clubes Esportivos Sul
Antes de uma luta, a preparação física de Paulo Thiago passa por duas fases. Agora, ele se encontra na primeira, que foca o ganho de massa muscular e força. “Hoje é um dia de descanso. Então, o Paulo só vai correr uma hora na esteira. Mas estamos na etapa de levantar peso. A gente faz pouca repetição com muita carga. Ele pega mais peso que todos os marombados da academia”, afirma Lula Guerreiro, preparador físico do lutador. “Além disso, a alimentação dele está forte também. Ele pode comer de tudo nesta fase, menos gordura e doce. E tem a suplementação também. Paulo está enorme, estava com 96kg esses dias (terá de baixar para 77kg no dia da pesagem). Ele tem mais uns 13 dias para comer assim”, comenta Lula.
Antes de subir na esteira para correr por uma hora sem parar, Paulo Thiago se alonga com a ajuda do treinador e reclama que está suando muito na hora de dormir. Lula e Rafael Alejarra (preparador físico do lutador Wanderlei Silva durante setes anos) comentam que a causa provável é a ocorrência de febre devido aos treinos e ao desgaste. “Descanso também é fundamental. O ideal é que ele durma entre os treinamentos. Caso contrário, não aguenta a rotina”, diz Lula.
Segundo o preparador, faltando seis semanas para a luta, o treinamento físico muda e passa a ser de alto gasto calórico, com pouco peso e muita intensidade. Na academia que o lutador faz o treinamento físico, pôsteres dos eventos do UFC em que Paulo Thiago participou ficam pendurados na parede. A bermuda que ele usou no UFC Rio também está exposta. Todos os souvenirs foram presentes do candango ao preparador físico.
Fé e jiu-jítsu
19h30 – Constrictor Fight Center, Brasil 21, Setor Hoteleiro Sul
Antes do treino de jiu-jítsu, à noite, Paulo Thiago vai à Igreja Batista. Os cultos são às quartas e sextas-feiras, das 16h às 17h30. Ele não se diz religioso, mas afirma que passou a frequentar o templo por influência da namorada e gostou. “Ela me chamou e eu me senti bem. Já vou há um ano mais ou menos”, conta.
Depois de orar, já na academia, o lutador veste o quimono branco para mais um round de treinamento. A aula de jiu-jítsu, diferentemente da de MMA, pela manhã, é bem mais populosa. Cerca de 30 alunos das mais diferentes faixas treinam com Paulo Thiago no horário. A diferença do soldado do Bope para os demais é a faixa preta na cintura. No resto, tudo se parece. Todos treinam os golpes juntos. O professor é Estanis Dantas, que está substituindo Ataíde. “É bom para o Paulo variar o adversário aqui. Tem gente de tudo quanto é tamanho e peso”, diz o sensei.
Apesar do ar de cansaço, Paulo Thiago se mantém concentrado no treino. Questionado se a dor o acompanha sempre, responde: “O esporte que faço é luta. Agora estou com a perna doendo devido à corrida e aos chutes que apliquei e recebi. As dores me acompanham porque o esporte é de contato”, comenta.

Às quartas-feiras à noite, Paulo Thiago treina jiu-jítsu com cerca de 30 praticantes de diferentes categorias

Três perguntas para:
Paulo Thiago, lutador do UFC
Além do que a reportagem acompanhou, o que mais integra a sua rotina de treinamento?
Durante seis dias da semana, eu intercalo treinos de boxe, jiu-jítsu, wrestling, muay thai, MMA e a preparação física. Sábado faço uma corrida longa e depois um treino com toda a galera da academia. Hoje (quarta-feira) é um dia até tranquilo em relação à minha rotina, pois na parte da preparação física aliviamos na musculação e só faço a corrida. O ideal seria eu sempre descansar entre os treinos. Ir para casa e dormir, esperando a hora da próxima atividade, mas, às vezes, não é possível. Tem de pagar conta, ir ao banco, resolver algum problema…
Tudo isso compensa?
Acho que já foi mais divertido. Antigamente, quando eu treinava, era mais por diversão. Agora, virou uma profissão. São várias modalidades para treinar e acaba sendo muito desgastante durante a semana. É uma coisa bem difícil de fazer, mas que vale a pena no final. Acho que é por isso que estou no esporte. Eu gosto muito. Depois que a gente sobe no octógono, faz a luta, ganha e o juiz levanta o nosso braço, vemos que compensou todo o esforço e ainda pensamos: “Vou fazer muito ainda para chegar mais longe”.
O que é mais díficil: entrar no Bope ou esse treinamento diário?
Os dois são muito difíceis. As duas atividades requerem que a pessoa tenha muita vontade, acima de tudo, para não desistir. Não dá para ficar no “será?”. Tem de ter um objetivo na cabeça e passar por cima de tudo. O Bope me ajudou muito na carreira como lutador. Aprendi a ser um guerreiro. Todos os policiais passam por situações complicadas tanto no serviço normal como em treinamento. Com isso, aprendemos a ser casca-grossa.


Fonte: http://www.superesportes.com.br/app/19,66/2012/02/05/noticia_maisesportes,28431/correio-mostra-como-e-a-vida-de-um-atleta-no-ritimo-de-qualquer-mortal.shtml

Paulo Thiago fala sobre a inclusão do MMA no BOPE do Rio de Janeiro

Depois do UFC 138 que aconteceu em agosto/2011, no Rio de Janeiro, o BOPE (Batalhão de Operações especiais) ficou mais “comentado”, devido a participação de Paulo Thiago, atleta Bad Boy e policial do Bope de Brasilia no evento.

Paulo Thiago entrou no octógono ao som da musica “tropa de elite” o que levou a galera ao delírio.

O ano de 2012 começou com uma novidade dentro do Batalhão de Operações especiais do Rio de Janeiro. A tropa de elite criou uma equipe de MMA para competir em eventos do esporte que mais cresce no mundo.
O Bad Boy Paulo Thiago, atleta do UFC, que também é policial do BOPE (brasília), fala sobre a iniciativa e mostra estar bastante entusiasmado com a idéia.

“Acho a ideia o máximo. O Bope é um celeiro de guerreiros, ali só tem casca-grossa. Quem treinar luta ali vai dar o que falar. Sou fã dos caras. Tomara que outros batalhões se espelhem também, que venham vários representando a caveira… Isso é o resultado do crescimento do esporte. O MMA está sendo praticado por todo mundo” finalizou o atleta.
Paulo Thiago volta a lutar no dia 14 de abril, no card principal do UFC Suécia contra o afegão Siyar Bahadurzada.


Fonte: http://www.mmamagazine.com.br

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